terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Não há nada de novo no reino dos porcos...

"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca." 
Apocalipse 3:16



Lembro-me muito bem, até hoje, das inúmeras e acaloradas reuniões que tivemos no nosso centro acadêmico no período de minha graduação em que fui coordenador. E me lembro muito bem de um dia específico, principalmente pela frase de um grade amigo e irmão, que entre sobressaltos e esperneio, esmurrava a mesa e gritava para os quatro cantos com aquela dicção atrapalhada: "bando de medíocres! Bando de medíocres!". Não é muito diferente o sentimento que me vem hoje. Mas não gostaria de apontar o dedo, até mesmo porque o sentimento é generalizado. E a crítica, assim como a intenção desse meu amigo aquele dia, é uma crítica ao culto à mediocridade. Medíocre, no seu sentido mais simples, significa estar na média entre dois termos de comparação, mas ao ganhar conotação negativa (como se já não fosse suficiente  a partir do significado já dado), medíocre pode significar estar abaixo da média. Para este medíocre escritor, qualquer um dos significados seria suficiente para uma execração pública. No primeiro sentido, teríamos os velhos ditados como, "ficar em cima do muro", "não chove nem molha", "não cheira e nem fede", etc., como expressões populares capazes e traduzir uma das mazelas da sociedade contemporânea (não excluo as antigas, mas aponto esta). É absurdo como nos dedicamos em ser medíocres na acepção simples da palavra. Medíocres em nossos desejos, medíocres em nossas ideias (sempre presentes em nossas mentes), medíocres em nossas defesas de nossas ideias, medíocres em..., e assim por diante. Não é somente uma revolta em específico com uma determinada mediocridade que me faz escrever esse texto, uma mediocridade premiada com o anonimato, mas também o fato de que por inúmeras vezes me vejo sendo medíocre a tal ponto que essa atitude passa a ser cotidiana. e no fritar dos ovos, não ser medíocre parece ser estranho à sociedade. E o pior, a mediocridade parece despertar entusiasmo nas pessoas, uma ideia medíocre, quando acompanhada de defensores medíocres, e de expectadores medíocres, se torna muito mais encantadora do que uma grande ideia. Bom! Certamente o leitor poderia me perguntar agora: "mas quem define o que é uma grande ideia?"A resposta deste mentecapto pode não ser satisfatória, mas uma grande ideia não precisa de alguém a definindo como tal, ela se manifesta como tal quando as cabeças estão dispostas a aceitá-la enquanto uma grande ideia. Do contrário, a mediocridade predomina. Seja na educação, seja na política, seja na música, etc. Ser medíocre está na moda, e moda pega "filhão"! Como este texto também é medíocre, prefiro parar por aqui, mas uma coisa sei, detesto estar na moda...


Thiago Oliveira


P.s: a imagem tem um propósito, sim! Entenda, e não será tão medíocre...

2 comentários:

  1. A mediocridade depende de uma das maiores e mais perigosas falácias: a falácia do apelo à maioria, as ideias medíocres nos são vendidas num altar sacrossanto, justificando-se graças ao maldito consenso de várias cabeças ignóbeis deixando de pensar ao mesmo tempo, com sua frágil opinião sendo manipulada pelos aparelhos ideológicos do Estado.

    É duro ter que constatar a realidade: "A unanimidade é burra", mas nem se dá conta disto, afinal como pode tanta gente estar errada ao mesmo tempo? Que a filosofia nos liberte do mal da mediocridade.

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    1. É Tiago, pior é às vezes se reconhecer dentro dessa unanimidade, e de mãos atadas...

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