segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Não fez mais que a obrigação!



Para um escritor, qualquer tema, frase, problema, etc., pode virar objeto de um texto, seja crítico, poético, crônico, enfim. Não que esteja me arvorando um escritor nesse exato momento. Se tem uma coisa que tento fugir constantemente são os títulos que nessa nossa sociedade de culto à mediocridade dão certo status aos seus detentores. Já o de professor (diga-se de passagem não dá status nenhum), esse adoro, e faço questão. Mas esse não é o ponto deste texto, embora faça parte. O ponto é justificar que até mesmo a frase apontada no título pode ser objeto de uma breve análise de qualquer escritor.
É interessante notar como algumas pessoas supervalorizam atitudes que não seriam mais do que a obrigação de seus autores. A expressão popular é bem clara, se algo é de se esperar de uma determinada pessoa, seja por seu cargo público, seja por sua postura religiosa, seja por seus valores morais defendidos, seja por uma escolha deliberada, esse algo não é mais do que a obrigação daquela pessoa. 
Se pretendermos ovacionar todas as atitudes de pessoas públicas que não fazem mais do que sua obrigação, não poderemos reclamar se a pecha de bajuladores convenientes recair sobre nós. Fazer o que se espera que seja feito não é digno de louvor, no máximo reconhecimento. O extraordinário não se explica pelo comum, pelo esperado, pelo que lhe compete, o extraordinário é justamente aquilo que foge do comum, do ordinário, do cotidiano, do esperado.
Mas na sociedade da mediocridade, numa sociedade onde as aparências contam, supervalorizar outros  quase sempre lhe trará benefícios. A sociedade da bajulação por conveniência nos compele a isso. "__Nossa! Viu que atitude linda do nosso líder?! É um homem fabuloso!"
"__ Gente! O que ela fez foi maravilhoso, doar todo aquele dinheiro, não é pra qualquer um!"
"__Como esse professor é dedicado! Sempre explica a matéria, sempre atende os alunos!"

Enfim, frases soltas como estas, mas que podem dar uma ligeira noção do problema, são constantemente enunciadas no intuito de louvar atitudes que devem ser esperadas de seus respectivos autores. Não estou dizendo que essas atitudes não devem ser reconhecidas, estou criticando os bajuladores ineptos que nada mais fazem do que sugar da postura alheia um resquício de dignidade que não lhes convém.
Quer bajular, quer se vangloriar às custas de atitudes de outrem, quer enaltecer o esperado, quer posar de companheiro da moral alheia? Sinta-se à vontade, mas saiba que nem a todos esses bajuladores convencem.

P.s: como 99% dos meus textos, a carapuça serve pra mim também


Thiago




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