quinta-feira, 28 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
Filosofia Antiga
Os slides de Heráclito e Parmênides para os alunos de Antiga. Acredito que não havia postado ainda.
Segue também um breve texto elaborado por mim, ainda na graduação (portanto uma porcaria aos meus olhos hoje), mas que serve de uma introdução rápida ao problema deixado por Parmênides
segunda-feira, 25 de março de 2013
Não há nada de novo no reino dos porcos (2)
A
nova cultura de informação
Thiago
Silva Freitas Oliveira
Já fazia
algum tempo que não escrevia nada aqui. De fato, estive bastante ocupado com a
vida acadêmica nos últimos dias, e não pude encontrar tempo para essa descarga
social que ouso chamar de blog informativo e provocativo. Descarga social
porque, por um lado, devo admitir, a internet possibilitou que milhões (talvez
bilhões) de pessoas no mundo, inclusive aqui no Brasil, se tornassem
intelectuais de “praça de alimentação” diariamente. Quem não tem um meio
eletrônico de divulgar suas ideias hoje em dia? Seja por blogs, redes sociais,
MSN (sim, ainda menciono esse sistema supostamente “dinossáurico” de
comunicação), etc. E por mais que essas ideias possam ser absurdas, ridículas
ou mesmo reconhecíveis, muitos não se privam do direito de guardá-las para si
mesmos, inclusive esse que vos fala. Mas por outro lado, talvez esse seja um
aspecto histórico inevitável que devemos usufruir com bom senso e certa
astúcia. Nesse sentido, convoco todos aqueles que se incomodam com as mais
estapafúrdias ideias que são propagadas sem o mínimo de critério pela internet
a se mobilizarem consigo mesmos e começarem a protestar na mesma moeda, ou
seja, escrevendo em resposta a esses ignaros. Enfim, não era sobre isso que
gostaria de escrever nesse post. Deixei-me levar um pouco pela melodia
psicodélica do Pink Floyd aqui e acabei fazendo uma introdução maior que o
necessário, o que foi de qualquer maneira foi proveitoso, pois esse post trata
justamente desse momento histórico que vivemos em que boa parte das pessoas
adora se deixar levar por modismos convenientes, os quais acabam se tornando
mais acessíveis graças a essa ferramenta de dois gumes chamada internet. Em textos anteriores, o poder de uma ideia e insônia, tentei me dedicar a expor algumas considerações que tenho acerca de como uma ideia pode possuir um poder construtivo e destrutivo. No post a seguir, composto por um texto que já havia escrito, retomo essas concepções sob um prisma mais específico, a saber, a cultura de informação desenvolvida pela sociedade contemporânea. Em meio às inúmeras discussões sobre comissões de direitos humanos, corrupção, alienação cultural, falsos engajamentos políticos, e redes sociais, tento observar, sob um prisma não muito alvissareiro, o modo como essa nova cultura de informação gera uma sociedade uniforme e congruente com os propósitos de uma indústria da cultura. Enfim, o texto é curto, mas terá sequência. Leiam, comentem, me xinguem, certamente não vou dar a mínima...
Abraços
Em sua teoria da educação, exposta naquela que pode ser considerada uma de suas maiores obras, A República, Platão nos diz claramente que "aqueles que contam histórias (fazendo alusão aos rapsodos) devem ser vigiados, pois deixam na criança um traço mais duradouro do que os que cuidam do corpo". Não pude deixar de notar o quanto essa análise de Platão está presente naquilo que pretendo chamar aqui de "cultura da informação". Essa cultura da informação deve ser entendida para além do simples conceito veiculado de que a informação nos é dada pelos mecanismos e meios de comunicação estabelecidos pela sociedade contemporânea. A informação deve ser entendida, assim, como toda e qualquer transmissão de ideias feita pelo ser humano. Desde criança somos treinados a escutar antes mesmo de processar as informações que nos são passadas. O próprio fato de recebermos um nome para atendermos ao chamado desse nos indica esse treinamento, que não acredito ser instintivo, para a escuta. Como o próprio Platão diz, é na infância que encontramos o homem em sua fase mais maleável e suscetível de formação. Posto isso, não se pode negar que desde a mais tenra infância somos treinados a receber informações de todo o tipo. Por outro lado, em momento algum somos treinados, mesmo que superficialmente, para analisar e processar, de modo crítico, todas as informações recebidas. Ao recebermos a informação, transmitida como uma ordem por nossos pais ou responsável, de que não se deve colocar o dedo na tomada, não nos é permitido refletir sobre tal informação, cabendo apenas acatá-la com a respectiva e singela explicação de que tomaria um choque e me machucaria. Não quero com isso sugerir que os filhos se insurjam contra os pais e muito menos dizer que a criança teria plena e total capacidade de discernir o que é colocar o dedo na tomada, entre outras coisas. O que pretendo é ressaltar que esse treinamento para a escuta e recebimento de informação já se inicia na infância, momento de maior maleabilidade na formação de nossa personalidade, e encontra seu ápice já na fase adulta. As ideias incutidas desse modo na mente de uma criança podem se tornar, na fase adulta, justamente as convicções opostas àquelas que supostamente deveria possuir. É assim que todo tipo de ideologias, crenças, superstições, pré-conceitos, etc., são impostos às pessoas, as quais não têm outra saída, devido ao treinamento que lhes foi dado desde a infância, a não ser repetir tais opiniões na vida adulta. É a partir disso que chegamos ao ponto principal de nossa breve análise: devido a esse treinamento para a escuta acrítica das informações, a sociedade contemporânea tende aceitar com grande facilidade as informações que lhes são jogadas goela abaixo, seja pelos meios de comunicação e sua propaganda deturpada, seja pelas ideias de um líder religioso, seja por amigo, etc. Se enquanto crianças somos treinados para ser uma esponja, enquanto adultos somos a configuração perfeita dessa esponja em atividade. Mas essa facilidade com que se manifesta a aceitação das ideias transmitidas por essa cultura de informação não é acidental ao indivíduo que a recebe. Como afirmamos, o treinamento para a escuta acrítica se inicia na infância, é reafirmado e consolidado na adolescência, encontrando no indivíduo já formado sua efetivação completa. Esse fenômeno da aceitação da informação recebida sem o mínimo critério de avaliação está presente inclusive no meio acadêmico. Por um lado se percebe um comodismo intelectual nos pesquisadores em diversas áreas do mundo acadêmico, os quais preferem se ancorar literalmente nas ideias já consagradas por grandes autores e simplesmente se relegam à função de nada mais fazer do que reproduzir aquele pensamento com a desculpa escarrada de que estão propondo uma nova leitura ou uma explicação mais adequada do autor defendido. Por outro lado, as próprias instituições rejeitam de maneira imediata qualquer tipo de manifestação de pensamento livre que se considere crítico. Com isso, nos deparamos com um incomodante paradoxo: como nos livrar desse estado de esponja consolidado se ao mesmo tempo nos colocamos como essa esponja receptora e acrítica? Se há algum papel para os filósofos da contemporaneidade, sem eximir dessa função outras áreas, esse papel seria o de promover a libertação desse estado de esponja acrítico e possibilitar, através de uma guerra ferrenha contra a cultura de informação, o acesso às próprias capacidades críticas do ser humano, o qual deverá passar desse estado acrítico para um crítico. Tal processo não é simples, nem pretendo nesse breve texto apontar o modo como isso deve ser feito. Ao expor o problema e colocar a pergunta: “qual a saída desse estado de esponja acrítico?”, acreditamos torná-la, uma vez que, reconhecido o problema, não haverá como escapar do incomodo causado por ele.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Filosofia Geral
Links para os slides de Sócrates e o livro Convite à Filosofia
Abraços
Thiago
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quinta-feira, 21 de março de 2013
Uma poesia...
Delírios
Thiago Oliveira
Cada gota compunha a marcha derradeira de uma alma delirante
Deleitando-se em amargura, o tempo consumia sua essência
E não restava nada mais do que admirar o definhamento
As súplicas tornavam-se vazias, o apelo ecoava entre as paredes
Enquanto isso, não distante dali, a chuva resolvia-se límpida e contínua
Exaltando a beleza de um mundo que assim não mais lhe parecia.
Não foram as migalhas de momentos fúnebres que abocanharam o velho sabor
Mas sim sua impertinente insistência em alimentá-las
Não cabia mais ao senhor das horas resolve-las, pois cada gota trazia consigo a
marca das outras, esganiçando cada lapso registrado
Sua mão era incapaz de alcançar a ampulheta e o consolo se transformara em
esperança.
Não há nada mais assustador que o reconhecimento!
Sua melodia pode surpreender aos mais convictos
E em cada nota a alma se revela distante do que outrora acolhera
Não há silêncio mais aterrador do que o produzido por ele.
E o que dizer diante de um espelho?
Há o que se admirar?
Há o que se olhar?
Há?
As gotas cessam, a marcha já não assusta tanto
Por fim, sua alma delira
O que restará após tal enfrentamento?
Como lidar com o que foi expungido?
Não há calma serena para os que deliram
Somente o tormento e a tristeza de seu reconhecimento
Somente o monstro de “si” a destroçar a ampulheta
Somente sua alma
E se as gotas voltarem? E se a marcha retomar seu fluxo?
Agora sabendo de “si”, será capaz de querer reconhecer?
Só o silêncio dirá.
domingo, 17 de março de 2013
Mais ou menos assim...
Pra não dizer que passei boa parte de meu domingo trabalhando, organizando aulas, textos, arrancando meus cabelos olhando para meu texto do doutorado e vislumbrando minha execração pública, resolvi colocar um vídeo memorável, para os fãs e fanáticos por Pink Floyd. Um encontro histórico entre, talvez, os dois mais influentes integrantes da banda (os barrettianos vão me trucidar). Tocando minha música predileta do álbum The Wall, comfortably numb (confortavelmente entorpecido), Rogers Waters e David Gilmour nos presentearam (os mais novos) com uma cena que muitos julgavam que jamais aconteceria de novo, um encontro musical e amigável entre os dois. Tocando seu solo original, e cantando o refrão, David nos projetou para um passado não tão recente, mas onde as músicas se tornavam históricas com pelo menos mais de uma sílaba (passou um leque aqui na minha orelha). Enfim, a música é linda, tanto a letra quanto a harmonia e melodia. Para meu deleite, Maria Luísa parece gostar mais do que eu. Coloco, também, a letra, para aqueles que quiserem aproveitar um pouco mais.
Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?
Come on now
I hear you're feeling down
Well, I can ease your pain
And get you on your feet again
Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts
There is no pain, you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb
I have become comfortably numb
O.K.
Just a little pin prick
There'll be no more...aaaaaaaah!
But you might feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going, through the show
Come on it's time to go.
There is no pain you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move, but I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb.
Em tempos difíceis, não sei se me sinto confortavelmente entorpecido porque as coisas me fazem assim, ou se é porque eu quero estar assim... Enfim, nem sempre somos os mesmos, Heráclito que o diga...
Abraços
Thiago
P.s: alguns juram, de pés juntos, que sempre são os mesmos..., desconfio de gente estranha assim, hahahaha.
Metafísica
Consegui a tradução em espanhol do Yebra, uma tradução boa para a graduação.
Para os que tiverem facilidade com a língua, segue o texto completo.
Resolvi acrescentar um texto do meu orientador que poderá auxilar bastante aqueles que pretenderem pesquisar mais sobre as noções de sujeito da predicação em Aristóteles. Para minha vergonha, coloco logo abaixo do texto dele um meu, publicado ainda na graduação, mas que pode ajudar em alguma coisa.
Resolvi acrescentar mais um texto meu, um artigo publicado, e que será de grande valia para as próximas discussões.
Abraços
BAIXAR TEXTO
BAIXAR TEXTO LUCAS
BAIXAR TEXTO THIAGO
ARTIGO THIAGO
Filosofia Moderna
Abraços
Thiago
INDUÇÃO EM BACON
BAIXAR SLIDES MAQUIAVEL
BAIXAR TEXTO MAQUIAVEL
sexta-feira, 15 de março de 2013
Uma poesia pra esquecer...
Confortavelmente anestesiado
Thiago Oliveira
Assim como o dedo de Crátilo repousa sobre o indizível,
Os olhos de seu julgamento descansavam sobre o a absurdo.
Não um descanso como o dos mortos
Nem o revigorante dos acostumados
Mas marejados, e comprimindo contra sua fronte a distância que ele fora incapaz de
evitar, descansavam o sono dos tolos, do qual um dia julgaram se levantar.
E assim, pôs-se a declinar sobre o que não foi, trazendo consigo a marca indelével de
sua nulidade histórica.
A cada curva projetada pela grafite já gasta, a marca se tornava mais fulgente.
E os olhos?! Ah! Esses sossegavam sobre o absurdo, como se fossem íntimos, como se
a sina diária não lhe fosse mais o estupor de outrora, com quem agora faz cama e se
deita.
Não! Seus olhos não enxergam mais além do que lhe resta de decoro, e quase nada lhe
parece mais alheio.
Confortavelmente entorpecidos, seus olhos repousam sobre o que lhe passa como quem
rechaça qualquer motim.
Será o fenecimento de uma utopia fadada ao goro?
Serão os dias retalhos de uma consciência estuporada?
Será o costume o galardão dedicado aos submissos?
Nada disso importará, pois sua sina será de festim.
Aquela dos ignaros, dos participantes do horário, que em nada se atrapalham com o
revés de outrem.
Seu costume será o de muitos, e só de passagem, com o advento dos loucos, sua sina
será meneada.
Filosofia Geral (direito)
Seguem mais slides e textos para os alunos de Filosofia Geral (direito).
Abraços
Thiago
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terça-feira, 12 de março de 2013
Metafísica
Para os alunos de Metafísica.
Seguem alguns trechos das Categorias por mim traduzido, e que utilizaremos em sala de aula, e alguns slides novos.
Abraços
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segunda-feira, 11 de março de 2013
Uma poesia como outra...
Zé bonitinho
Thiago Oliveira
Olha quem vem lá, com seu passo marcado e o cabelo arrumado!?
É o Zé bonitinho.
Todo certinho, terninho limpinho e sorriso nos dentes!
É o Zé bonitinho.
Que grande pessoa e exemplo maior
Não nos resta mais dúvidas, ele é o melhor!
Guia dos “cegos”, amante dos “fracos”
Quisera eu ser um “Zé bonitinho”
E deixar meu registro no mesmo caminho!
Com a ideia copiada e de outrora anotada
Segue sempre o ditado que como exemplo lhe foi passado.
Com ar “positivo” e ombro “amigo”
Todo ‘Zé bonitinho’ pertence a um grupinho!
E quem não quereria a eterna alegria de se ver imitado?
Quem é este “homem” distinto e louvável?
É o Zé bonitinho!
Que “bela aparência”, que grande eloqüência, tem o respeito de “todos”
É o Zé bonitinho!
__ Amigos contemplem! Quão grande emoção
__É o Zé bonitinho quem aperta minha mão!
Espelho de ações, receituário da virtude
É o Zé bonitinho!
Quisera eu, no mesmo passo marcado, ter meu nome aclamado!
Quem não quereria ser um Zé bonitinho?
domingo, 10 de março de 2013
Aquela velha luta...
Pra terminar o domingão, e me preparar para mais uma semana pedreira, vai aí um vídeo que não canso de assistir (assim como o filme rsrs).
Abraços
And may the force be with you
Thiago
P.s: ainda vou escrever algo aqui sobre a saga toda, do contrário vou morrer frustrado... hahah
Bonus
Não podia deixar de colocar esse também, cena épica...
Viva o anti-herói, salve Vader!
Selo Yoda de qualidade!
Abraços
And may the force be with you
Thiago
P.s: ainda vou escrever algo aqui sobre a saga toda, do contrário vou morrer frustrado... hahah
Bonus
Não podia deixar de colocar esse também, cena épica...
Viva o anti-herói, salve Vader!
sábado, 9 de março de 2013
O poder de uma ideia.
"Se uma ideia move um, ela pode mover muitos"
Thiago Oliveira
Em um post anterior, tentei esboçar um pouco do que considero ser a necessidade de defendermos uma ideia, e de como não vivemos sem uma(s). Neste post, não quero me alongar fazendo apologia a ideias ou ideologias pessoais, mas retomar um pouco do que disse antes e fazer uma referência direta com o filme cujo trailer coloco abaixo, "A Onda", e dois pensadores, Freud e Hannah Arendt. Começando por essa última, é interessante notar uma de suas frases naquela que pode ser considerada sua maior obra As Origens do totalitarismo: (P.355) "Nada caracteriza melhor os movimentos totalitários que a surpreendente facilidade com que são substituídos". Não será de se espantar se ainda nos depararmos com um regime semelhante ao que a autora se refere no livro. Neste, Hannah Arendt apresenta um quadro completo da organização totalitária, a sua implantação, a propaganda, o modo como manipula as massas e se apropria do Estado com vista à dominação total. O discurso inflamado dos defensores dessa ideologia eugênica, combinado com uma maciça propaganda, culminou no poder totalitário muito bem descrito por Arendt. Por outro lado, Freud nos diz claramente, ao estudar a psicologia das massas, que há uma influência do grupo sobre as pessoas e também há uma identificação para se descobrir dentro de um grupo. Os aspectos racionais dão lugar às emoções. Todas essas características podem ser percebidas ao longo do filme "A onda". Um discurso inflamado, um poder autoritário e disciplinador, a eliminação do "eu" para dar lugar ao grupo, e o poder esmagador de uma ideia, podem em conjunto criar as condições perfeitas para o surgimento de ideologias totalitárias.
No filme, vemos todas essa condições realizadas, e com um roteiro bem encaixado, podemos perceber quão perigosa pode ser uma ideia uma vez que ela é lançada, alimentada e comprada por seus pares. Mas meu objetivo central com esse post é demonstrar certas similaridades entre o filme, a análise de Arendt e de Freud, e um vídeo em nosso queridíssimo presidente da CDHM, o senhor deputado Marco Feliciano, demonstra algumas das características abordadas pelo filme, e pelos autores em questão. Vejam como um discurso autoritário, capaz de inflar os egos e criar um ar de pertencimento a uma ideologia, associado à propostas nitidamente eugênicas (no sentido pós-nazismo), podem favorecer o surgimento de uma situação semelhante à narrada no filme. E observem bem como "nosso" deputado termina seu discurso projetando um futuro onde essa ideologia se firmará a tal ponto que toda uma nação estará em uníssono com um governante que assumidamente partilha de tal pensamento. É pra sentir medo ou o que? Enfim, tirem suas conclusões, mas algo não está me cheirando bem no reino dos porcos...
Abraços
Thiago
Trailer do filme "A onda"
E o vídeo do nosso ilustríssimo deputado
P.s: resolvi colocar um link para os interessados em saber, mesmo que resumidamente, um pouco mais sobre a obra da Filósofa Hannah Arendt.
É ou não é? (3)
PIAUÍ
Vejo que a sequência desses posts não terá fim, mas desta vez, algo um pouco mais lúdico.
Divirtam-se!
Abraços
Thiago
Ahmadinejad saúda Congresso por eleição de Feliciano
07/03/2013 18:39TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, divulgou uma nota parabenizando o Congresso brasileiro pela eleição "histórica" do pastor Marco Feliciano, do PSC, para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. "É um passo inestimável para a comunhão entre muçulmanos e cristãos", diz a nota oficial. "Esperamos que o Brasil possa evoluir na direção do verdadeiro humanismo, adotando o quanto antes o apedrejamento de adúlteras, pederastas e mensaleiros", disse o presidente do Irã, alegando que a medida tem um "componente recreativo e democrático, já que todos podem participar", e um "forte apelo econômico", afinal, "há pedras de graça em toda parte".
Animado com os passos do colega, o deputado Paulo Maluf sentiu-se confortável para, enfim, assumir a cadeira principal da Comissão de Relações Exteriores. "Paulo Maluf agora vai poder mostrar que não tem nem nunca teve contas em Nova York, em Paris, nas ilhas Cayman, nas ilhas Jersey, na Suíça e no Vaticano", asseverou Adilson Laranjeira.
Em poucos minutos, parlamentares do PMDB aprovaram a criação de 1.247 novas comissões. Veja abaixo quem ficará no comando de algumas delas:
Comissão de Educação ao Volante
Thor Batista
Vice: Rubens Barrichello
Comissão em Defesa das Mulheres
Dado Dolabella
Vice: Netinho de Paula
Thor Batista
Vice: Rubens Barrichello
Comissão em Defesa das Mulheres
Dado Dolabella
Vice: Netinho de Paula
Comissão da Melhor Idade
Susana Vieira
Vice: Gloria Maria
Comissão de Física Subatômica
Luciana Gimenez
Vice: Carla Perez
Comissão de Ética no Esporte
Lance Armstrong
Vice: Ricardo Teixeira
Comissão da Igualdade Social
Romualdo Azedo
Vice: William Waack
Susana Vieira
Vice: Gloria Maria
Comissão de Física Subatômica
Luciana Gimenez
Vice: Carla Perez
Comissão de Ética no Esporte
Lance Armstrong
Vice: Ricardo Teixeira
Comissão da Igualdade Social
Romualdo Azedo
Vice: William Waack
Comissão Pró José Serra
Paulo Henrique Amorim
Vice: Mino Carta
Paulo Henrique Amorim
Vice: Mino Carta
sexta-feira, 8 de março de 2013
É ou não é? (2)
CARTA CAPITAL
Já estava esperando um texto dele, sempre equilibrado e consciente. Leiam, aproveitem, comentem, façam não só deste, mas de qualquer espaço um lugar para se debater nossos problemas.
Abraços
Thiago
Política
Matheus Pichonelli
Câmara
Um dia para esquecer
Foi, como esperado, um dia para ser esquecido na história do Congresso. O acordo entre as lideranças partidárias na semana passada, que deu de bandeja ao Partido Social Cristão a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, possibilitou ao país assistir a um movimento inédito: um presidente de claras inclinações homofóbicas ser eleito representante das minorias sobre as quais nutre um desprezo declarado.
Na véspera da votação, que apenas chancelou o inevitável, grupos ofendidos pela escolha fizeram alarde na sala da comissão. No dia seguinte, foram impedidos de acompanhar a votação por decisão do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A medida provocou mais revolta, agora entre os deputados. O então presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA), renunciou. Foi acompanhado por colegas como a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). “Vamos sair juntos. Esta comissão não é mais a Comissão dos Direitos Humanos”, disse ela.
Assim o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) ganhou terreno livre para ser eleito com 11 votos a favor e apenas um branco. Terá agora, oficialmente, a chance de combater por dentro o que chama de privilégio de uma minoria rude e barulhenta. Uma minoria cujas bandeiras ele reluta em reconhecer como legítimas.
Durante a semana, quando seu nome foi aventado e as reações se multiplicaram, o pastor levantou a bandeira branca para cravar a haste na garganta de quem, com outras palavras, promete combater. Disse não ter nada contra os atores e sim contra o ato; negou ser racista com base em sua ascendência negra. Acuado, disse que o autoritarismo não reside em negar direitos a grupos marginalizados, mas sim na não-aceitação das críticas aos marginalizados. Por fim, disse ser especialista em perseguição, já que na História ninguém sofreu mais acossamento do que os cristãos.
Trata-se de um jogo retórico: o pastor se apoia em uma série de verdades, como a perseguição histórica aos cristãos, para sustentar uma inverdade básica, quase lógica. Basta lembrar que, pela avenida Paulista, não há notícias de cristãos sendo devorados por leões por andarem com a Bíblia debaixo do braço. Nenhum crente, de qualquer fé, terá de gritar alto para poder existir ou manifestar sua crença: trata-se de um direito garantido e assimilado ao longo dos anos.
Mesmo assim a inversão do papel de vítima é invocada para legitimar uma ofensa. “Reação”, dessa maneira, virou “autoritarismo” e “fundamentalismo”, mero “ponto de vista”. O que o pastor Feliciano não parece ter entendido é que a revolta provocada por sua escolha não se explica pelo fato de ser cristão; explica-se pela demonstrada ignorância, para não dizer má fé, sobre o cargo que pretende ocupar, os grupos que pretende representar, os crimes que se nega a condenar. Pois ele a partir de agora será o responsável por receber e encaminhar investigações de abusos que hoje evita reconhecer a gravidade.
Ao assumir a comissão de Direitos Humanos, Feliciano provocou, não por acaso, um embaralhamento semântico com vistas a confundir noções como “privilégio”, “perseguição”, “preconceito”, “minorias”. Essa confusão, mais do que vídeos antigos e comprometedores sobre Arca de Noé e “câncer gay”, escancara o paradoxo da sua escolha. Exemplo: quando o pastor diz saber o que é ser discriminado e usa como exemplo a morte de um bebê na barriga de sua mulher numa fila de hospital, coloca uma tragédia pessoal, de alcance universal, na rota do preconceito. Confunde descaso do poder público com perseguição; descaso é universal, perseguição é específica. O fato de ser cristão e heterossexual, portanto, não teve a menor influência no episódio, em si lamentável.
A lógica da perseguição, é bom que se lembre, opera em outro campo. Ela não se manifesta apenas quando se estoura uma lâmpada no rosto de pedestres supostamente vulgares; se manifesta também quando se classifica, isso sim de forma autoritária, o que é ou não vulgar. É a mola propulsora do discurso de ódio, manifestada, por exemplo, quando se usa uma interpretação bíblica para impedir a ampliação de acesso a direitos básicos. Em nome de quê? Da suposta proliferação da espécie? Da busca pela moral familiar? Não: em nome da manutenção da ordem. Mais: da manutenção do medo da desordem. Se pastores, padres e líderes espirituais aceitarem que as pessoas podem viver em paz com quem quiserem, se quiserem, da forma como quiserem (famílias monoparentais, pais de mesmo sexo, solteiros por convicção), não terão mais o que fazer nem discursar. Não há Céu sem a projeção do Inferno e não há transcendência sem pecado. Sem o inimigo declarado, a arma contra o inimigo perde seu valor de uso e de troca. O mercado apodrece. Para quem se apoia no discurso do medo (medo do caos, medo da vulgaridade, medo da decadência), a liberdade de quem aceita a dor e a delícia de ser o que se é, para citar a música, é o maior dos infernos.
E isso não tem nada a ver com a fé.
Tem a ver, é bom repetir, com a manutenção da ordem: manda quem sempre mandou, obedece quem sempre obedeceu. Ainda que a manutenção da ordem seja propagada à base da confusão de conceitos. Destes, nenhum foi mais maltratado em todo o episódio do que a ideia de luta pelo direito básico de existir – que pouco tem a ver com o propalado privilégio citado pelo pastor. À frente da comissão, o deputado Feliciano deveria saber de antemão que direito básico não é gritar mais alto ou se rebelar. É poder andar nas ruas como bem quiser e com quem quiser. Sem que por isso, e não por outro motivo, chegar vivo em casa seja um mero lance de sorte.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Filosofia Geral (Direito)
Para os alunos de Filosofia Geral do curso de Direito, seguem os slides das primeiras aulas e alguns textos que trabalharemos em sala de aula.
Abraços
Thiago
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Lógica aristotélica
Abaixo, segue o link para a apostila introdutória de lógica do 1º ano de Filosofia.
Abraços
Thiago
Música, mas não como lek lek...
Parar os apreciadores da velha e boa guitarra, e da boa e velha versatilidade, segue um excelente vídeo do Cole Rolland. Recomendo aos que gostarem que assistam aos outros vídeos do cara.
Abraços
Thiago
"E quem disse que o mundo não poderia ser feito só de música?"
Bônus track
Fazia tempo que não ouvia, resolvi ouvir de novo (hehe). Os mais antigos reconhecerão... To velho...
Abraços
Thiago
"E quem disse que o mundo não poderia ser feito só de música?"
Bônus track
Fazia tempo que não ouvia, resolvi ouvir de novo (hehe). Os mais antigos reconhecerão... To velho...
quarta-feira, 6 de março de 2013
"É ou não é?"
Me digam vocês, leitores deste blog, isso pode dar certo? Leiam a reportagem.
Thiago
Comissão de Direitos Humanos da Câmara terá pastor como presidente
Sueli de Freitas
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
- Gustavo Lima - 26.out.2011/Agência CâmaraPastor Marco Feliciano durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara em 2011
O Partido Social Cristão confirmou, nesta terça-feira (5), que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal será presidida pelo pastor Marco Feliciano (SP), cujo nome foi envolto em uma série de acusações de racismo e homofobia desde que a presidência da comissão ficou a cargo do partido cristão. A decisão foi tomada em reunião da bancada do partido nesta tarde.
Outros três parlamentares haviam colocado o nome à disposição da legenda: Zequinha Marinho (PSC-PA), Lauriete (PSC-ES) e Antonia Lúcia (PSC-AC).
"Não sou e nunca fui racista ou homofóbico", disse o deputado logo após o anúncio de seu nome como indicação do Partido Social Cristão.
A eleição do presidente é feita pelos membros da comissão, que, em geral, seguem a indicação partidária. A bancada do PSC, composta por 17 parlamentares, confirmou nesta tarde o nome do pastor para ocupar o cargo. Como vice, a indicação foi para a deputada Antonia Lúcia.
Até então, o PT da presidente Dilma Rousseff comandava a CDHM, sob a direção do deputado Domingos Dutra, mas o partido preferiu assumir as comissões de Constituição e Justiça e Cidadania; de Seguridade Social e Família e de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
A provável indicação do Pastor Feliciano gerou protestos de ativistas de direitos humanos, porque o deputado tem um discurso que pode ser considerado polêmico.
Em outra ocasião, o pastor postou na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição". No ano passado, o pastor defendeu em debate no plenário os tratamentos de "cura gay".Em 2011, ele usou o Twitter para dizer que os descendentes de africanos seriam amaldiçoados. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!", escreveu.
No último domingo (3), a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) publicou nota de protesto contra a indicação do pastor evangélico. Um abaixo-assinado no site Avaaz, no qual são disponibilizadas petições públicas, diz que "é inaceitável que a comissão fique nas mãos de alguém que irá lutar contra qualquer avanço em direção ao reconhecimento dos direitos humanos no Brasil". Os ativistas lembram que Feliciano é "conhecido por comentários racistas e homofóbicos, além de não respeitar as religiões de matriz africana".
OPINIÃO
Leonardo Sakamoto: Eu não acredito no demônio. Mas, vendo crenças assim serem professadas, diria que ele existe sim. E anda por aí, pregando em rádios, TVs, internet, tribunas de parlamentos e onde quer que haja terreno fértil de ignorância para brotar o que há de pior nos homens e mulheres.
Perfil
Aos 40 anos e pastor da Igreja Assembleia de Deus há 14, Feliciano é formado em Teologia. Sobre a polêmica no Twitter, ele afirma que as mensagens fazem uma "reflexão de fundo teológico" e que foram distorcidas.
Segundo o parlamentar, "todas as minorias serão respeitadas e todos os temas que forem do interesse da sociedade serão colocados em debate na comissão".
"Mesmo sendo partido conservador e de direita, vamos abrir diálogo com todas as minorias, inclusive aquelas que foram esquecidas nos últimos anos", afirmou, citando, por exemplo, os brasileiros que estão em situação ilegal fora do país e os proprietários que tiveram que desocupar terras indígenas no Mato Grosso. "Trinta mil pessoas que foram retiradas, tudo isso para beneficiar 500 indígenas", afirmou ele dizendo, em seguida, que não é contra a desocupação do território indígena, mas "é muita terra para 500 pessoas".
Disputa na web
Quando foi anunciado que o PSC ficaria com a presidência da comissão, vários abaixo-assinados começaram a se espalhar pela internet, contra e a favor da indicação de Feliciano para o cargo.
Na semana passada, uma petição no site Avaaz pedia que ele fosse deposto da comissão. Em seguida, o próprio deputado criou uma petição em seu site defendendo sua indicação.
Agora, uma petição no site Change.org assinada por um grupo de religioso diz que nem todos os evangélicos apoiam Feliciano.
- Mensagem que foi postada no Twitter do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e depois apagada
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