O título do post é auto explicativo. Acredito que as mais férteis imaginações conseguiram mentalizar os diversos modos de parasitas existentes. E sim, não quis colocar "parasitismo", palavra que já existe e indica a ação daqueles organismos que vivem em associação com outros retirando destes últimos os meios para sua sobrevivência, o que causa, com uma frequência alta, prejuízo ao hospedeiro. Salvo engano, doenças infecciosas em geral são, em sua maior parte (senão todas), causadas por parasitas de todos os tipos. Algumas vezes, o parasitismo pode até não prejudicar tanto o hospedeiro, e o safado viver ali de uma maneira harmoniosa com este, como fazem os piolhos (harmoniosa, mas nem tanto). Enfim, existem parasitas de todo tipo, no reino animal e fora desse. Mas o parasita a que me refiro é o parasita intelectual. Aquele ser cuja mediocridade o coloca como quase imperceptível no momento dos seus ataques, mas cuja parasitagem é tão forte como a de um vírus.
Tais indivíduos se assimilam facilmente à multidão. No início são sempre amigáveis, fazendo afagos em seu ego, tornando-se interessados em suas ideias. Um indivíduo exímio em escutar e dar conselhos. Sua mediocridade não permite excessos. Ele precisa passar despercebido, mas seu ataque é sempre fulminante, quando você menos nota, ele já te sugou as energias, as possibilidades. Mas essa é uma definição mais geral. Alguns parasitas intelectuais são especialistas em fingir a sabedoria que não possuem, roubando a alheia. Outros são especialistas em apenas simular uma discordância apoiados em ideias fantasmas, para assim desestabilizar o hospedeiro. Outros são mais atiradinhos, e acompanham o hospedeiro durante boa parte da vida desse, sugando tudo que há nele, até que este tenha exaurido todas as possibilidades e não mais sobreviva ao ataque deste inseto sugador. Mas o pior, é que o parasita ainda assim sobrevive. É meus caros, alguns possuem essa habilidade, a de sobreviver mesmo após o falecimento intelectual do hospedeiro.
Parasitas intelectuais, monstros da mediocridade, senhores do vazio, amigos da miséria...
Parece-lhes que nada mais existe a não ser a necessidade de se sentirem presentes nos outros, mesmo que seja uma presença furtiva, danosa, e prejudicial.
Alguns são como carrapatos africanos, que saltam de folhas em folhas, esperando sempre a próxima vítima. Se fartam, depois saltam de novo. Saltadores exímios, e com esses saltos, saltam também a originalidade da vida, originalidade do pensamento que por natureza lhes foi expurgado.
A quem me refiro, devem se perguntar, e respondo, a todos nós, que um dia ou outro fomos saltadores do saber, ou parasitas de um conhecimento alheio, sugadores de ideias e medíocres na produção destas. A todos nós que vez ou outra nos portamos como parasitas, e praticamos o velho ato da parasitagem. Mas principalmente aqueles que jamais se dispuseram deixar essa atividade vampiresca, e que insistem em difundir a mediocridade como a mais bela das atividades humanas.
Morte aos parasitas intelectuais.
Thiago Oliveira